quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Doenças Incidentes na cultura do Algodão (Gossypium hirsutum L.)








Autora: Rayanne Canêdo Silva

1 INTRODUÇÃO

O algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) é uma das culturas anuais mais importantes do Brasil, pelo seu valor econômico e social. Estima-se que o consumo desta malvácea no Brasil, aproximadamente, de 850.000 t de fibra no ano 2004, e tenha sido atualmente, a produção brasileira está em torno de 1.250.000 t, em 950.000 ha plantados (Algodão Brasileiro, 2010).

A cultura do algodão sempre mereceu destaque no cenário agrícola nacional, tendo uma área cultivada, em mais de 80 países nos hemisférios norte e sul, superior a 33,5 milhões de hectares, para uma produção de cerca de 19,16 milhões de toneladas de pluma por ano, com consumo de 19,27 milhões de toneladas (Beltrão & Souza, 1999).

A fibra do algodão é o principal insumo têxtil a nível mundial, quase metade do total, com uma produção atual de 18,56 milhões de toneladas, para um consumo de 18,86 milhões de toneladas/ano (Beltrão et al., 1999). Estima-se, que 75% da população mundial usem a fibra do algodão como vestimenta (Algodão Brasileiro, 2010).

No contexto mundial, o Brasil está no sexto lugar em volume de produção e de consumo (Gondim et al., 1996). A projeção de mercados futuros coloca o Brasil como terceiro país em produção de fibra de algodão nos próximos cinco anos.

No Brasil, a região Centro-Oeste assumiu, desde a safra 1996/97, a posição de primeira produtora de algodão em pluma. Na safra 2000/01, foram plantados 356,5 mil hectares (48% da área nacional de algodão), com estimativa de produção de 334,2 mil toneladas de pluma, correspondendo a 68,3% da produção nacional (Neumann, 2001).

Atualmente são cultivados no mundo dois tipos diferentes de algodão: o arbóreo a o herbáceo. O algodão arbóreo é aquele que parece uma árvore mediana, de cultivo permanente. Já a espécie herbácea (Gossypium hirsutum L.r. latifolium Hutch) é um arbusto de cultivo anual, uma entre as 50 espécies já classificadas e descritas do gênero Gossypim. Das 50 espécies classificadas, 17 são endêmicas da Austrália, seis do Havaí, e uma no nordeste brasileiro. Cerca de 90% das fibras de algodão comercializadas no mundo são provenientes da espécie Gossypium hirsutum (Algodão Brasileiro, 2010).

O objetivo do trabalho é descrever as principais doenças da cultura do algodoeiro, levando em consideração aspectos da sintomatologia, etiologia, epidemiologia e controle e descrever táticas de manejo para o controle dessas doenças.

2 REVISÃO LITERÁRIA

Em todo o mundo, ocorrem reduções de produtividade de algodão devido a surtos epidêmicos de doenças. No Brasil, no inicio da década de 1990, com o lançamento de cultivares adaptadas ao Cerrado e com maior rendimento de fibra, o cultivo de algodão intensificou-se na região do Cerrado de Mato Grosso, Goiás e, mais recentemente, da Bahia. Nesse ecossistema, as condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento de várias doenças, resultando no aumento dos custos de produção da cultura. Associado ao aumento de área plantada no Cerrado, várias doenças tornaram-se importantes e algumas delas epidêmicas, como a ramulose, o mosaico das nervuras e a mancha-de-ramulária (Iamamoto, 2003).

O atual sistema de produção, com base em extensas áreas exploradas com poucas cultivares – muitas delas suscetíveis a mais de uma doença – leva ao agravamento de enfermidades, antes consideradas pouco expressivas. Também possibilita surtos epidêmicos de novas doenças, podendo ocasionar perdas, caso não sejam tomadas medidas de controle necessárias em tempo hábil (Iamamoto, 2003).

Serão descritas as principais doenças do algodoeiro que ocorrem no Brasil e a forma correta de manejá-las (Iamamoto, 2003).

2.1 Doenças causadas por Fungos e Bactérias em folhas, caule e frutos

2.1.1Mancha-de-ramulária

Essa doença, também conhecida como falso-oídio ou mancha-branca, foi relatada pela primeira vez nos Estados Unidos (Ehrlich; Wolf, 1932). No Brasil, até a algum tempo, ocorria apenas no final do ciclo da cultura e não se constituía num problema fitossanitário; entretanto, com o aumento da área cultivada com algodão e uso de cultivares suscetíveis, a doença passou a surgir mais cedo, sendo atualmente considerada a principal enfermidade da cultura na Região do Cerrado (Miranda; Suassuna, 2004).

Etiologia

A mancha-de-ramulária é causada pelo fungo Ramularia aréola (Atk.) (sinônimos: Ramularia gossypii Speg. Ciferi, Cercosporella gossypii Speg.), forma anamórfica de Mycosphaerella aréola Ehrlich e Wolf.

No início as lesões podem ser observadas nas folhas mais velhas, geralmente em lavouras desenvolvidas, em lugares sombreados e mais úmidos. Como a maioria dos patógenos, este fungo sobrevive no solo em restos de cultura e produz esporos, constituindo o inóculo inicial. O vento, a chuva e a movimentação de implementos agrícolas promovem a disseminação dos esporos dentro da lavoura (Kimati et al., 2005).

Sintomas

Os sintomas iniciais da doença são lesões de formato angular, com coloração branco-azulada na face inferior das folhas mais velhas (Fig. 1B), devido à colonização pelo patógeno. Em condições climáticas favoráveis, ocorre intensa esporulação do patógeno no centro das lesões, dando-lhes um aspecto esbranquiçado (Fig. 1C). As lesões multiplicam-se e ocupam quase todo o limbo foliar, podendo tornar-se necrosadas após o período de esporulação do patógeno. A alta severidade da doença induz desfolha precoce nas plantas (Miranda; Suassuna, 2004).

Epidemiologia

Esse fungo sobrevive sobre lesões em restos de cultura e os esporos produzidos nessas condições constituem o inóculo primário; é comum o fungo sobreviver em plantas nativas de algodão perene. A dispersão do patógeno ocorre por meio de vento, água de chuva ou irrigação, pessoas e máquinas. Conídios do fungo germinam em água livre em temperaturas que variam de 16°C a 34°C, com temperatura ótima entre 25°C e 30°C. Embora seja necessária água livre para a germinação dos conídios, a penetração, via estômatos, é maior em ciclos de noites úmidas e dias secos do que em ciclos de umidade contínua. Algumas infecções ocorrem após dois ciclos de noites úmidas com infecção máxima após quatro ciclos (Rathaiah, 1977).

Controle

Plantios menos adensados e conduzidos de forma a evitar o sombreamento excessivo entre plantas e controle químico são as principais táticas utilizadas no manejo dessa doença. Todas as cultivares de algodoeiro atualmente explorado no Brasil são, em algum nível, suscetíveis à mancha-de-ramulária (Suassuna et al., 2006a). As cultivares BJA 592 e Reba BTK 12, pertencentes à espécie Gossypium hirsutum, podem ser usadas como fonte de resistência (Rathaiah, 1976).

Algumas cultivares de Gossypium barbadense, como Pima 67 e Tadla 16, também possuem resistência (Rathaiah, 1976). O uso de cultivares com algum nível de resistência, principalmente aquelas com arquitetura de copa, que permita ou facilite a aeração, aliado a espaçamentos maiores e a menor densidade de plantas, pode reduzir a severidade dessa doença (Hillocks, 1992a). Atualmente, as cultivares com maior nível de resistência à mancha-de-ramulária são Stoneville 474, FiberMax 966, IAC 24, Coodetec 407, BRS 269 Buriti, BRS Camaçari e BRS Araçá (Morello et al., 2006).

Como as cultivares atualmente em uso no Brasil não possui resistência completa à doença, o controle químico é uma tática comumente empregada para contenção dessa doença, devendo ser iniciado assim que as primeiras lesões forem identificadas nas folhas mais velhas. O monitoramento constante da lavoura é crucial, visto que as primeiras lesões surgem com aspecto azulado antes mesmo de ocorrer esporulação (Suassuna et al., 2006b).

Os primeiros sintomas dessa doença surgem concomitantemente com o inicio da fase reprodutiva da planta, em geral, entre o aparecimento do primeiro botão floral até a abertura da primeira flor. Os danos causados pela doença estendem-se até o final do ciclo da cultura, sendo mais expressivos entre o início do florescimento e a abertura dos primeiros capulhos. Após o inicio de abertura de cápsulas, o controle químico não traz benefícios, exceto quando há muita perda de maçãs no terço inferior da planta em decorrência de podridões (Suassuna et al., 2006b).

No controle químico dessa doença, é importante conhecer o modo de ação e o tipo de translocação do fungicida na planta, para a decisão sobre qual produto deve ser usado e quando deve ser aplicado. Além desse conhecimento, o uso de maneira alternada de fungicidas com diferentes princípios ativos é fundamental, pois é uma estratégia eficaz para se evitar o aumento da freqüência de isolados resistentes, dentro da população de R. aréola (Siqueri; Costa, 2003).

No início dos primeiros sintomas da mancha-de-ramulária, o inóculo inicial de R. aréola é baixo e oriundo de correntes aéreas, folhas de algodoeiro da safra anterior ou das primeiras lesões instaladas nas folhas mais velhas. Nessa fase, fungicidas do grupo das estrobilurinas podem ser usados isoladamente ou em mistura pré-fabricada com outros fungicidas, uma vez que são muito eficazes em prevenir a germinação dos esporos e tem efeito erradicante. O atraso no início da primeira aplicação diminuir a eficiência do controle, podendo ser economicamente inviável (Siqueri; Costa, 2003).

Antes do término do período residual do fungicida, deve-se monitorar novamente as plantas, pois, caso se constatem novas lesões com esporulação (lesões esbranquiçadas), no terço médio da planta, deve-se iniciar a segunda aplicação, de preferência, com um fungicida pertencente a um grupo químico diferente do que foi empregado na primeira aplicação, como triazol isolado ou em mistura pré-fabricada. Essa estratégia impede o acréscimo de inóculo na área e protege as plantas durante períodos críticos em necessidade de fotoassimilados (Siqueri; Costa, 2003).

Dependendo da cultivas em uso, não é necessária uma terceira aplicação de fungicidas, principalmente para aquelas com algum nível de resistência, de ciclos curtos e cultivados em regiões de baixa altitude. Para as de ciclo médio, cultivadas em regiões mais altas, pode ser conveniente uma terceira aplicação, a qual depende do progresso dessa doença, após 80 a 90 dias de emergência (Beltrão e Azevedo, 2008).

Nesse caso, fungicidas do grupo das estrobilurinas, aplicados isoladamente ou em mistura pré-fabricada podem ser empregados. Apenas em caso extremos, uma quarta aplicação de fungicidas é necessária, a exemplo do uso de uma cultivar muito suscetível de ciclo médio a tardio, em regiões com altitude elevada e com perdas de maçãs no terço inferior, situações em que se recomenda a aplicação de um fungicida pertencente a um grupo diferente do que foi aplicado (Beltrão e Azevedo, 2008).

Para o controle de macha-de-ramulária são utilizados fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, são eles: Battle SC; Cabrio Top WG; Caramba 90 SL; Comet CE; Emerald EW; Eminent 125 EW; Impact Plus SC; Impact 125 SC; Nativo SC; Priori SC; Priori Xtra SC; Score CE e Stratego 250 CE (Agrofit, 2010).

2.1.2 Mancha-de-alternária

Etologia

A mancha-de-alternária em algodoeiro é causada por duas espécies de fungos pertencentes ao gênero Alternaria. A mais comum é causada por Alternaria macrospora Zimm, que afeta principalmente as folhas mais velhas, mas também pode incidir em folhas cotiledonares e maçãs. Outra espécie do gênero Alternaria alternata (Fr.) Kiessler, também provoca lesões em folhas de algodoeiro, mas com pouca importância econômica (Beltrão e Azevedo, 2008).

Sintomas

Os sintomas da mancha-de-alternária são pequenas manchas circulares de tonalidade marrom no centro e bordas enegrecidas, as quais evoluem para manchas maiores, que raramente ultrapassam 1 cm de diâmetro (Beltrão e Azevedo, 2008).

Quando as lesões envelhecem, o centro torna-se seco e quebradiço, podendo causar perfurações no limbo foliar. Em cultivares suscetíveis, as lesões podem coalescer e formar áreas necróticas irregulares, culminando com a queda das folhas (Suassuna et al., 2006c).

Epidemiologia

O fungo Alternaria macrospora é transmitido por meio de sementes infectadas e sobrevive em restos de cultura. Alta umidade relativa favorece o progresso da mancha-de-alternária (Kimati et al., 2005).

Em condições controladas, o desenvolvimento dessa doença é de 6 a 9 vezes maior em cotilédones do que sobre folhas. Bashi et al. (1983) constataram que a temperatura mínima e máxima para ocorrer a doença em condições controladas foram, respectivamente, 10°C e 3ºC, com temperatura ótima variando entre 20°C e 25°C (Kimati et al., 2005).

Dentro da faixa de temperatura ótima para o desenvolvimento dessa doença, cotilédones tornam-se infectados com um período de 4 horas de molhamento, mas para ocorrer um nível similar de infecção sobre folhas, é necessário um período de pelo menos 20 horas de molhamento (Spross-Blickle et al., 1989).

O fato de cotilédones serem suscetíveis à infecção causada por A. macrospora, em condições nas quais as folhas são resistentes, faz deles importante reservatório de inóculo para infectar as folhas mais baixas do dossel da planta, quando as condições de umidade são favoráveis (Hillocks, 1992a).

Controle

O manejo deve ser implementado usando-se cultivares resistentes e, em casos mais graves, controle químico. O controle químico usado contra outro patógenos, como R. aréola, contribui para o controle da mancha-de-alternária. Fungicidas estranhados são eficazes no controle dessa doença (Beltrão e Azevedo, 2008).

Para o controle de macha-de-alternária são utilizados fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, são eles: Brestan PM; Brestanid SC; Mertin 400 SC e Stratego 250 CE (Agrofit, 2010).

2.1.3 Ramulose

Etiologia

Essa doença é causada pelo fungo Colletotrichum gossypii South. var. cephalosporioides (Fig. 2) Costa. A principal via de disseminação do fungo é a semente, através da qual pode ser veiculado externamente, na forma de conídios, ou internamente, na forma de micélio dormente. O fungo pode ainda sobreviver de um ano para outro em solo contaminado. Veiculado pela semente ou presente no solo, o inóculo primário causa lesões primárias em algumas plantas que vão servir como fonte de inóculo secundário. Lesões secundárias ocorrem nas plantas adjacentes propagando-se radialmente, formando reboleiras (Kimati et al., 2005).

Sintomas

Os primeiros sintomas ocorrem nas folhas mais novas, na forma de manchas necróticas circulares, ou alongadas. O tecido necrosado rompe-se, originando perfurações nas folhas. O crescimento desigual do tecido provoca enrugamento do limbo foliar. Logo após o surgimento das primeiras lesões em folhas, ocorre a morte do meristema apical do ramo afetado, paralisando, assim, o crescimento do ramo e estimulando a brotação de gemas laterais, o que confere à planta um aspecto envassourado, com ramos e entrenós curtos e contorcidos, o que reduz seu porte (Costa; Fraga Júnior, 1937).

A severidade da ramulose é maior quando ocorre em plantas no inicio do desenvolvimento vegetativo. Em condições ambientais favoráveis, novas infecções ocorrem nos brotos recém-lançados, impedindo o crescimento normal da planta (Beltrão e Azevedo, 2008).

Epidemiologia

As primeiras fontes de inóculo primário do patógeno são sementes infectadas e restos de culturas contaminados. A infecção de sementes por C.gossypii var. cephalosporioides está relacionada com o estágio de desenvolvimento do algodoeiro, na ocasião da infecção, e com as condições climáticas prevalecentes durante a formação e o desenvolvimento das maçãs (Lima et al., 1985; Santos et al., 1993). Após o estabelecimento do patógeno na área de cultivo, sua dispersão ocorre por meio de respingos de chuva (Beltrão e Azevedo, 2008).

Os ciclos secundários dessa doença são favorecidos por chuvas intensas, temperaturas entre 25 °C e 30°C e umidade relativa do ar acima de 80% (Miranda; Suassuna, 2004). A sobrevivência do patógeno no solo em restos de cultura é de até nove meses, o que garante novas infecções em caso de plantios sucessivos (Araújo et al., 2003). Há evidencias de que a população do patógeno no Brasil seja clonal, possivelmente devido ao intenso fluxo de sementes infectadas, uma vez que essa é a principal maneira de dispersão em longas distâncias (Suassuna, 2005).

Controle

O manejo da ramulose envolve práticas culturais, principalmente a rotação de culturas, tratamento químico de sementes e aplicação de fungicidas. O cultivo contínuo de algodão e o uso de sementes contaminadas contribuem para o acúmulo de inóculo na área que, associado a períodos prolongados de chuva, culminam em danos econômicos (Suassuna et al., 2006c).

Não existe imunidade nas cultivares de algodoeiro em uso. No entanto, a cultivares IAC 24 possui bom nível de resistência. As cultivares BRS Aroeira, BRS Camaçari e BRS Buriti são moderadamente resistentes (Morello et al., 2006).

Uso de cultivares com algum nível de resistência, tratamento de sementes, eliminação de restos culturais, rotação de culturas e controle químico são as táticas empregadas no manejo da ramulose (Morello et al., 2006).

Em áreas onde não se faz rotação de culturas, é comum o uso de fungicidas em varias aplicações, visando-se ao controle dessa enfermidade. O uso de fungicidas para tal fim deve ser iniciado quando os primeiros sintomas (lesões em forma de estrela) forem identificadas no campo, em poucas plantas – 1% a 2% (Suassuna et al., 2006c). O controle químico só é eficaz quando feito no inicio do surgimento dos primeiros sintomas.

Apesar do uso contínuo de fungicidas para o controle da ramulose, não há evidências do surgimento de isolados do patógeno resistentes aos principais grupos de fungicidas em uso no Brasil (Suassuna et al., 2005).

Os fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, tanto para controle químico da doença na parte aérea quanto para tratamento de sementes são: Agrinose WP; Fungitol Verde WP; Nativo SC; Orthocide WP 500; Plantacol WPI; Tecto 100; Vitavax-Thiram WP e Vitavax-Thiram 200 SC, são fungicidas usados no controle químico. O Captan 750 TS; Derosal 500 SC; Euparen M 500 PM; Kobutol 750 WP; Mayran DP; Orthocide WP 500; Plantacol WPI; Tecto 100; Vitavax-Thiram WP e Vitavax-Thiram 200 SC, são fungicidas usados no tratamento de sementes (Agrofit, 2010).

2.1.4 Mancha-de-mirotécio

Essa doença foi responsável por perdas estimadas em 50%, no município de Balsas, no Estado do Maranhão, na safra 2003/2004, sendo também relatada em Mato Grosso, na Bahia e em Goiás, embora com baixa incidência (Suassuna et al., 2006c). O agente causal da mancha-de-mirotécio em algodoeiro é encontrado em regiões de clima temperado e tropical, numa vasta gama de hospedeiros, que incluem solanáceas e cucurbitáceas (Hillocks, 1992a).

Etiologia

A mancha-de-mirotécio em algodoeiro é causada pelo fungo Myrothecium roridum Tode.

Sintomas

Os primeiros sintomas da doença surgem, geralmente, nas folhas de plantas jovens, quatro a seis semanas após a emergência, sendo capaz de causar tombamento, tanto em pré quanto em pós-emergência de plântulas. Em plantas adultas, os sintomas são manchas foliares circulares de coloração escura, com margens violeta-amarronzado. As lesões podem estender-se até 3 cm de diâmetro e são contornadas por áreas translúcidas (Beltrão e Azevedo, 2008).

Sob condições ótimas ao desenvolvimento, as lesões crescem em tamanho, multiplicam-se e coalescem, afetando grandes áreas do limbo foliar; dependendo da severidade da doença pode ocorrer desfolha na planta. O fungo pode infectar tenros e lenhosos, causando lesões na haste principal, pedúnculos e pecíolos (Hillocks, 1992a).

Epidemiologia

O patógeno é um saprófita de solo, bastante comum, com capacidade de se tornar patógeno sob certas condições (altas temperaturas e molhamento foliar constante, por vários dias). O fungo é capaz de produzir sintomas em todos os estágios de desenvolvimento do algodoeiro, inclusive na fase de frutificação da planta, nas maçãs (Beltrão e Azevedo, 2008).

O inóculo primário do patógeno pode ser oriundo de solos infestados ou de outras culturas e plantas daninhas infectadas. A temperatura ótima para germinação dos esporos de M. roridum é 29°C. Entretanto, para isolados de origem tropical do patógeno, as temperaturas ótimas podem ser superiores às dos isolados de clima temperado (Hillocks, 1992a).

Controle

A busca por genótipos resistentes e fungicidas eficazes deve ter prioridade, devido ao potencial risco da mancha-de-mirotécio. Os fungicidas piraclostrobina + epoxiconazol, tebuconazol, metconazol e azoxistrobina + ciproconazol são eficazes no controle da doença, sobretudo em aplicações preventivas (Silva et al., 2006). Ressalta-se que não existem produtos registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), para o controle dessa enfermidade no Brasil.

Apesar de eficazes no controle da mancha-de-mirotécio, os fungicidas devem ser utilizados em última instância. O plantio em áreas sem histórico de epidemias causadas por M. roridum e em condições desfavoráveis ao seu desenvolvimento são medidas que podem otimizar o manejo. Quando for necessário o emprego de fungicidas, devem-se priorizar os que possam ser utilizados simultaneamente no controle de várias doenças. Os fungicidas considerados eficazes no controle da mancha-de-mirotécio, também o são no controle de outras doenças foliares da cultura do algodão, tais como as manchas de ramulária e de alternária (Suassuna; Iamamoto, 2004).

2.1.5 Mancha-angular

A mancha-angular é uma doença difundida em todo o mundo e afeta o algodoeiro em todas as fases de seu desenvolvimento vegetativo. Ocorre de forma generalizada em todas as regiões produtoras de algodão da zona meridional. Dependendo do ano e da variedade plantada, pode provocar problemas mais sérios, principalmente nos Estados do Paraná, Goiás, Mato Grosso e São Paulo. Devido à ampla disseminação e alta variabilidade do patógeno, poderá constituir-se em grave problema para a cotonicultura, como já ocorre em outros países produtores (Kimati et al., 2005).

Etiologia

A doença é causada pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum (Smith) Vaut. – sinônimo: Xanthomonas campestris pv. malvacearum (Smith) Dye, que varia em patogenicidade, dependendo da cultivar em uso. Existem 20 raças desse patógeno descritas no mundo, com capacidade para suplantar os genes de resistência identificados (Hillocks, 1992d), das quais algumas raças (3, 8, 10, 18 e 19) ocorrem no Brasil (Lima et al., 1999).

O patógeno é muito resistente a dessecação, calor seco e radiação solar, podendo sobreviver por vários anos na semente, folha, caule e capulho infectado (Kimati et al., 2005).

Sintomas

Os sintomas da doença são lesões angulares delimitadas pelas nervuras secundárias e terciárias, inicialmente de aspecto encharcado, tornando-se pardas posteriormente. Na fase inferior da folha, a área da lesão mantém seu aspecto encharcado por maior período de tempo; quando a bactéria alcança o floema de nervuras primárias ou secundárias de folhas mais novas, as lesões surgem ao longo das nervuras. Em casos mais severos, as lesões coalescem, causando rasgadura do limbo foliar. A infecção também ocorre em folhas cotiledonares, na forma de manchas arredondadas com aspecto encharcado (Beltrão e Azevedo, 2008).

A infecção no hipocótilo induz um cancro-negro, que pode causar anelamento e morte das plântulas (Paiva et al., 2001). Em casos de alta severidade, é comum, além do dano devido à redução da área foliar, ocorrer infecção das maçãs. Nesses casos, o patógeno causa lesões circulares, inicialmente de aparência aquosa, que se tornam deprimidas e com coloração que varia de marrom a negra; essas lesões podem coalescer e afetar grandes áreas da maçã (Thaxton; El-Zik, 2001).

Epidemiologia

Xathomonas axonopodis pv. malvacearum pode sobreviver em restos de cultura contaminados ou pode ser introduzida no campo de cultivo por meio de sementes infectadas; nesses casos, constituem o inóculo primário do patógeno. Os ciclos secundários da doença são favorecidos por respingos de chuvas que dispersam as células bacterianas em curtas distâncias. A bactéria penetra na planta, via estômatos ou ferimentos, mas também é capaz de entrar diretamente nas sementes através da micrópila (Hillocks, 1992d).

Quando as condições ambientais são favoráveis à infecção e dispersão do agente causal (alta umidade relativa do ar, pluviosidade alta e ventos), as perdas podem ser significativas. O cultivo contínuo de algodão contribui para o aumento do inóculo inicial. Uma única planta contaminada em uma população de 6.000 plantas foi suficiente para causar uma epidemia da doença em uma cultivas suscetível no Sudão (Tarr, 1961).

Controle

O manejo da doença deve ser implementado com o uso de cultivares resistentes e sementes sadias. Atualmente, existem cultivares resistentes à bacteriose, como a BR 269 Buriti, DeltaOPAL, IAC 24, Coodetec 410 e FiberMax 966, e algumas com níveis aceitáveis de resistência, como BRS Sucupira, BRS Araçá, BRS Aroeira (Morello et al., 2006).

Outras táticas importantes realizadas com o intuito de retardar a entrada do patógeno e diminuir o inóculo inicial na área de cultivo são o uso de sementes sadias, o deslintamento das sementes com ácido sulfúrico, o tratamento térmico ou químico das sementes e o arranquio e queima das soqueiras (Suassuna et al., 2006c). Com exceção do deslintamento químico de sementes, as demais táticas são pouco empregadas (Kimati et al., 2005).

O único princípio ativo registrado para o controle químico é oxicloreto de cobre, que apenas retarda um pouco o progresso da doença; durante longos períodos chuvosos, o controle é ineficaz, pois a chuva, além de remover o produto das folhas, favorece a dispersão da bactéria (Agrofit , 2010).

2.1.6 Podridão de maçãs

A podridão-das-maçãs é responsável por perdas significativas na cultura do algodoeiro, principalmente em áreas onde predomina alta umidade relativa durante o período de frutificação da planta (Hillocks, 1992b).

Etologia

Aproximadamente 100 microrganismos têm sido isolados de maçãs apodrecidas. Esses patógenos são divididos em três grupos de acordo com o modo de infecção: os que são capazes de penetrar diretamente na maçã intacta, os que são introduzidos por insetos e aqueles que são introduzidos após a maçã ser danificada por inseto ou após a sutura dos lóbulos da maçã ser rompida (Beltrão e Azevedo, 2008).

A maioria dos agentes causais de podridão penetra nas maçãs após ferimentos causados por insetos e/ou através da ruptura da sutura dos lóbulos da maçã; um menor número é formado por invasores secundários de tecidos já infectados (Hillocks, 1992 b).

No Brasil, os principais agentes causais de podridões-das-maçãs em algodoeiro são: Fusarium spp., Colletotrichum spp., Diplodia gossypina (Cke.) McGuire e Cooper, Ascochyta gossypii Woron. e Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum (Paiva et al., 2001).

Sintomas

Podridão causada por Diplodia gossypina.

Ocorrem pequenas lesões de cor marrom em brácteas e maçãs; em condições de umidade elevada, as manchas podem se expandir, afetando toda a maçã. Com a evolução das lesões, o patógeno esporula, dando uma coloração negra ao capulho (Paiva et al., 2001). Nessas condições, o capulho seca prematuramente e abre-se, expondo fibras e sementes enegrecidas (Batson, 2001).

Podridão causada por Colletotrichum spp.

Ocorrem manchas deprimidas marrom-avermelhadas que se expandem e escurecem com o tempo. Na parte central da lesão, pode ser observada uma massa de esporos de coloração rósea. A infecção faz com que os capulhos abram-se apenas parcialmente, ficando a fibra escurecida e difícil de ser retirada (Batson, 2001).

Podridão causada por Fusarium spp.

Na podridão causada por Fusarium spp., ocorrem pequenas manchas necróticos nas brácteas e maçãs, com coloração que varia de azul escuro e marrom; após a esporulação do patógeno, as lesões são cobertas com uma massa de coloração rosada (PAIVA et al., 2001). Nesses casos, geralmente o capulho são se abre (Batson, 2001).

Podridão causada por Xanthomonas axonopodis pv. malvacearum.

Na podridão causada por essa bactéria, são observadas manchas verde-escuras, aquosas na superfície da maçã, as quais evoluem para a necrose e o enegrecimento; uma característica importante é a aparência úmida da podridão com lesões deprimidas sobre a maçã. Pode ocorrer a manutenção das lesões e, em conseqüências, o apodrecimento generalizado e o secamento das maçãs (Paiva et al., 2001).

Epidemiologia

As principais fontes de inóculo primário dos agentes causais de podridões em maçãs são flores e brácteas contaminadas da própria cultura (Sanders; Snow, 1977); entretanto, alguns microrganismos causadores de podridões em maçãs podem ser transmitidos de sementes à planta adulta, podendo constituir-se, também, em inóculo primário, principalmente em áreas isentas desses patógenos (Hillocks, 1992b).

Períodos prolongados de alta umidade atmosférica são os principais requisitos para ocorrer uma epidemia da doença. Ranney et al. (1971) listaram quatro condições que favorecem a podridão das maçãs: (i) longos períodos com umidade livre nas plantas; (ii) longos períodos com umidade relativa acima de 75%; (iii) baixa intensidade de luz e (iv) alta temperatura (Kimati et al., 2005).

2.1.7 Mofo-branco

Essa doença foi observada em algodoais da Bahia e de Goiás, em áreas de irrigação com pivô-central, utilizada por contínuos cultivos de feijão. Essa enfermidade também tem sido constatada em regiões de elevada altitude, inclusive em áreas onde se cultiva algodão não irrigado, reduzindo estande inicial e com alta severidade em plantas adultas (Kimati et al., 2005).

Etiologia

O mofo-branco é causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) de Bary. Esse fungo é de ampla ocorrência em todo o mundo, com pelo menos 400 espécies de plantas hospedeiras (Boland; Hall, 1994). No Brasil, o agente causal do mofo-branco em algodoeiro é comumente associado a perdas significativas de produção em lavouras de feijão (Charchar et al., 1994; Cardoso, 1994) e de soja (Yorinori, 1987).

Sintomas

Os sintomas dessa doença são murcha, necrose e podridão-úmida em hastes, pecíolos e maçãs. No interior do capulho, em geral, são constatados micélio branco de aspecto cotonoso e escleródios escuros irregulares do patógeno. Escleródios encontrados no interior de capulhos desenvolvem apotécios em, aproximadamente, 60 dias (Charchar et al., 1999).

Epidemiologia

Alta umidade aliada a temperaturas variando entre 15°C e 25°C são condições que favorecem a doença. O fungo sobrevive no solo, por alguns anos, na forma de escleródios. Os ascósporos produzidos em apotécios, que são originados da germinação dos escleródios, correspondem ao inóculo primário do patógeno (Fig. 3). Após a fecundação da flor, as pétalas de flores caídas do algodoeiro podem formar um substrato ideal para a germinação de escleródios de S. sclerotiorum (Kimati et al., 2005).

Ascósporos do fungo podem ser dispersos pelo vento e podem sobreviver até 12 dias no campo. Escleródios podem ser dispersos de um local para outro misturados ou aderidos as sementes ou por sementes infectadas. Os escleródios presentes no solo e nos restos de cultura também podem ser dispersos pela água ou implementos agrícolas (Kimati et al., 2005).

Controle

O manejo da doença é difícil devido à capacidade do agente causal formar estruturas de resistência (escleródios), que garantem sua sobrevivência por vários anos, mesmo em condições adversas, limitando a utilização de práticas como a rotação de culturas. Não existem cultivares resistentes e o controle químico nem sempre é eficaz. A integração de medidas como controle biológico (isolados de Trichoderma harzianum, visando à redução de escleródios na entressafra), controle químico durante a condução da lavoura, rotação de culturas com plantas não hospedeiras, além de outras praticas, devem ser implementadas para o manejo dessa doença (Kimati et al., 2005).

2.2 Doenças causadas por fungos de solo

2.2.1 Tombamento

É uma doença que pode ocasionar sérios prejuízos ao estabelecimento da cultura, principalmente em função dos efeitos sobre a redução do estande (Kimati et al., 2005).

Etiologia

O tombamento de plântulas em algodoeiro é causado por um complexo de fungos fitopatogênicos, com destaque para Rhizoctonia solani Kuehn., forma anamórfica de Thanatephorus cucumeris (Frank) Donk, Colletotrichum dossypii South., Colletotrichum gossypii South. var. cephalosporioides Costa, Lasiodiplodia theobromae (Pat.) Griffon e Maubl. (sin. Botryodiplodia theobromae Pat.), Macrophomina phaseolina (Tassi) Goid, forma teleomórfica de Rhizoctonia bataticola (Taub.) Butl. (Sin. Sclerotium bataticola Taub.) e algumas espécies dos gêneros Ascochita, Fusarium e Pythium (Hillocks, 1992 c; Juliatti; Ruano, 1997). Se as condições ambientais forem favoráveis ao desenvolvimento da doença, com temperaturas variando entre 18 a 30°C, e umidade elevada por vários dias, à extensão das folhas pode tornar necessário novo plantio (Kimati et al., 2005).

R. solani é um fungo parasita necrotrófico habitante do solo. Sob baixas temperaturas, sementes de algodoeiro exsudam maior quantidade de açúcares e aminoácidos, o que é sumamente favorável ao patógeno. Essas condições também mantêm a planta num estádio suscetível por um período maior, atrasando a germinação ou tornando mais lento seu desenvolvimento. A doença é mais severa quando ocorrem ferimentos tais como os provocados por insetos e nematóides (Kimati et al., 2005).

C. gossypii pode viver saprofiticamente em restos de cultura por um período de vários meses. Entretanto, são as sementes contaminadas que constituem a principal fonte de inóculo. O fungo, através das lesões nos capulhos, pode atingir o embrião da semente, onde permanece viável como micélio dormente até 3 anos, sob condições normais de armazenamento. As sementes também podem ser contaminadas externamente por conídios durante o beneficiamento. O número de conídios contaminados pode alcançar a cifra de 80 mil por semente, porém a viabilidade desse patógeno é da ordem de 9 meses, bem menor, portanto, do que o micélio dormente (Kimati et al., 2005).

Sintomas

Os sintomas de tombamento são observados logo após a emergência das plântulas, na forma de lesões irregulares e deprimidas de coloração pardo-avermelhadas e pardo a pardo-escuras no hipocótilo, cotilédones e nas folhas primárias das plântulas. Ao circundarem o hipocótilo, essas lesões, induzem o tombamento e a morte das plântulas. Patógenos que causam tombamentos podem também afetar a radícula e a plúmula de plântula em formação, matando estas antes mesmo de sua emergência do solo (Hillocks, 1992c).

Nesses casos, o único sintoma visível é a redução do estande de plantas sadias. Ambos os sintomas são causados pela mesma gama de patógenos. Entretanto, algumas espécies de Pythium são os principais agentes causadores de morte de plântulas de algodoeiro antes de sua emergência no solo, enquanto R. solani é o principal agente etiológico de tombamentos e de morte de plântulas após a emergência (Hillocks, 1992c).

Controle

Quando as condições ambientais são favoráveis ao desenvolvimento da doença, ou seja, temperatura entre 18°C e 30°C alta umidade do solo, as perdas podem ser significativas, sendo, muitas vezes, necessário o replantio para obtenção de uma população ideal de plantas por unidade de área (Belmer et al., 1966).

O manejo da doença é feito por meio do tratamento químico de sementes. Fungicidas químicos dos grupos das dicarboximidas, cloroaromáticos, dimetilditiocarbamatos, benzimidazóis, carboxinilidas, triazóis, fenilpirrol e feniluréria são registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para o manejo da doença.

Os fungicidas disponíveis no mercado para o tratamento de sementes de algodoeiro são classificados como protetores e sistêmicos. Em ambas as classes existem produtos com espectro de ação amplo e limitado. Fungicidas sistêmicos do grupo dos benzimidazóis e das carboxinilas, por exemplo, são eficazes contra inúmeros fungos que se associam a sementes de algodoeiro (Kimati et al., 2005).

Fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para controle de tombamento em algodoeiro (usados no tratamento de sementes): Baytan SC; Captan SC; Captan 500 TS; Derosal 500 SC; Derosal Plus SC; Kobutol WP 750; Maxim SC; Mayran DP; Monceren PM; Monceren 250 SC; Plantacol WP; Rhodiauram SC; Sementiran 500 SC; Spectro SC; Sumilex 500 WP; Tecto 100 DP; Terraclor 750 WP; Vitavax 750 PM BR; Vitavax-Thiram WP (Agrofit, 2010).

Fungicidas benzimidazóis (carbendazim, tiabendazol) são eficazes contra patógenos dos gêneros Colletotrichum, Fusarium e Ascochita, enquanto fungicidas do grupo das carboxinilas, como carboxina, são eficazes contra Rhizoctonia solani. Embora ainda sem registro para a cultura do algodoeiro no Brasil, fungicidas sistêmicos do grupo das fenilalaninas são eficazes no controle de fungos do gênero Pythium (Kimati et al., 2005).

Fungicidas protetores, como captana e procimidona (dicarboximidas), tiram (dimetilditiocarbamato) e quintozeno (cloroaromático), por sua vez, são eficazes no controle de inúmeros fungos de solo que causam tombamentos na fase inicial de desenvolvimento do algodoeiro. Os fungicidas protetores devem ser usados misturados com outros produtos de ação especifica ou sistêmicos, para aumentar a eficácia do tratamento (Machado, 1996).

2.2.2 Murcha-de-fusarium

A murcha-de-fusarium, também conhecida como fusariose, foi relatada em algodoeiro no Brasil, pela primeira vez, no Município de Alagoinha, PB, em meados da década de 1930 (Krug, 1936), tendo sido disseminada para as demais regiões produtoras. Essa doença foi responsável por uma fase de decadência da cotonicultura paulista, sobretudo na segunda metade da década de 1950, o que determinou a necessidade de se obter cultivares melhoradas com resistência à doença, visando à substituição das cultivares suscetíveis até então plantadas (Beltrão e Azevedo, 2008).

Etiologia

A murcha-de-fusarium ou fusariose é causada pelo fungo Fusarium oxysporum Schlelechtend. f. sp. vasinfectum (Atk) Snyder e Hansen, que varia em patogenicidade, dependendo da cultivar em uso. Recentemente, Davis et al. (2006) relataram a ocorrência de oito raças desse patógeno no mundo. A raça seis do patógeno ocorre no Brasil (Armstrong; Armstrong, 1978).

O Fusarium do algodoeiro apresenta como hospedeiros secundários Tithonia rotundifolia, Cassia tora, Medicago sativa, Physalis alkekengi, Nicotiana tabacum, Glycine max e Lupinus sp. Por outro lado, o algodoeiro pode servir de hospedeiro secundário para as formae speciales apii e cassiae. No Brasil, há relatos de reprodução de sintomas de murcha de Fusarium através de inoculação de F. o. f. sp. vasinfectum em quiabeiro-de-cheiro (Abelmoschus moscatus) e papoula-do-são-francisco. Aventa-se, ainda, a possibilidade de labe-labe (Dolichos lab lab) ser também um hospedeiro (Kimati et al., 2005).

Sintomas

Essa doença ocorre em qualquer estágio da planta de algodoeiro. Em plântulas, ocorrem amarelecimento e enegrecimento das folhas cotiledonares, as quais, posteriormente, secam e morrem, causando a morte de plântulas (Kimati et al., 2005).

Em plantas adultas, ocorre amarelecimento em áreas irregulares da superfície foliar e murcha de folhas e ramos. Algumas plantas afetadas podem sobreviver à doença, emitindo novas brotações próximas ao solo, mas geralmente, os ramos originados a partir desses novos brotos não são produtivos (Beltrão e Azevedo, 2008).

Durante o processo infeccioso, as plantas perdem todas as suas folhas e as novas brotações caem, permanecendo apenas o caule enegrecido (Davis et al., 2006). As plantas que não morrem, sofrem severa redução de crescimento. Uma vez seccionados longitudinalmente caules e raízes, observa-se o escurecimento dos feixes vasculares. O lume dos vasos é obstruído pela formação de tiloses, pela presença de esporos e micélios do fungo e por substâncias produzidas pelo metabolismo do fungo nos vasos, sendo a principal causa do sintoma de murcha na planta (Beltrão e Azevedo, 2008).

Epidemiologia

Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum pode sobreviver no solo por muito tempo na forma de estruturas de resistência (clamidósporos). A dispersão do patógeno em curtas distâncias é favorecida pelo movimento de partículas de solo contaminado, principalmente por meio de maquinas agrícolas, pelo vento e pela água. Em longas distâncias, a dispersão ocorre principalmente por meio de sementes contaminadas (Davis et al., 2006).

A murcha-de-fusarium é agravada pela presença de nematóides dos gêneros Meloidogyne, Rotylenchulus e Pratylenchus que aumentam a severidade, por causarem debilitação da planta e provocar ferimentos nas raízes, facilitando a penetração de F. oxysporum f. sp. vasinfectum no seu sistema radicular (Paiva et al., 2001). Além dos nematóides, outras condições, como solos com alto teor de areia, baixo pH, fertilidade desequilibrada, temperaturas entre 25°C e 32°C e alta umidade, favorecem a doença (Kimati et al., 2005).

Controle

O controle da murcha-de-fusarium é realizado principalmente por meio do princípio da exclusão, evitando-se a introdução do patógeno em áreas isentas. Nestes casos, a utilização de sementes livres do patógeno, assim com o tratamento de sementes deve ser realizada com produtos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Outras táticas importantes no manejo dessa doença são a rotação de culturas e o uso de cultivares resistentes (Beltrão e Azevedo, 2008).

Os fungicidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para o controle de murcha-de-fusarium em algodoeiro são: Euparen M 500 WP; Mayran DP; Rhodiauram 700 DP; Vitavax-Thiram WP; Vitavax-Thiram 200 SC (Agrofit, 2010).

Não existe cultivares imunes à murcha-de-fusarium. Entretanto, cultivares resistentes e moderadamente resistentes tem sido desenvolvido. As cultivares IAC 24, BRS Aroeira e BRS Sucupira têm bom desempenho produtivo, quando cultivadas em solos com alta infestação de F. oxysporum f. sp. vasinfectum (Beltrão e Azevedo, 2008).

2.3 Doenças causadas por Nematóides

2.3.1 Nematóide-das-galhas

Nematóide-das-galhas (Meloidogyne incógnita) (Kofoid; White, 1919; Chitwood, 1949).

Características gerais

O nematóide-das-galhas do algodoeiro é a espécie mais importante para a agricultura das regiões tropicais e subtropicais, pelas perdas causadas às culturas de algodão, batata, café, cana-de-açúcar, caupi, feijão, pêssego, soja e tomate. Nas raízes de algodoeiro, ocorrem galhas, sintoma típico de Meloidogyne, dentro das quais há uma ou mais fêmeas do nematóide, com seu formato peculiar de abacate. Cada uma delas produz centenas de ovos, agrupados em uma massa que, normalmente, fica fora das galhas (Beltrão e Azevedo, 2008).

Distribuição e ecologia

O nematóide-das-galhas ocorre em algodoais dos principais estados produtores brasileiros, principalmente em áreas em que se tem praticado o monocultivo dessa cultura por vários anos (Gielfi et al., 2003; Asmus, 2004).

Dois fatores de natureza abiótica são preponderantes na determinação da ocorrência de M. incognita em solos agrícolas: a temperatura e a textura do solo. A faixa ótima para o desenvolvimento dessa espécie é de 25°C a 30°C (Lordello, 1988). A densidade populacional do nematóide tem relação direta e proporcional ao teor de areia do solo: quanto mais areia, mais indivíduos de Meloidogyne, desde que haja plantas hospedeiras (Asmus, 2004; Koenning et al., 1996). Na cultura do algodão, as maiores perdas causadas por M. incognita ocorrem em solos com mais de 50% de areia e menos de 10% de argila (Taylor; Sasser, 1978).

Em culturas anuais, a distribuição de M. incognita acompanha a das raízes das plantas, com as maiores densidades da faixa de 5 cm a 30 cm abaixo da superfície do solo e densidades muito menores na faixa de 30 cm a 100 cm (Taylor; Sasser, 1978).

Sintomas

Em condições favoráveis – genótipos de algodoeiro suscetíveis, temperaturas na faixa de 25°C – 30ºC e solos com mais de 50% de areia – o nematóide-das-galhas causa acentuada redução no tamanho das raízes, formação de muitas galhas na raiz pivotante, nas raízes laterais e nas radicelas e morte de trechos das raízes (Beltrão e Azevedo, 2008).

Na parte aérea, verifica-se alteração na coloração das folhas, que varia desde o amarelecimento internerval do tipo “carijó” até o avermelhamento, abortamento das flores, diminuição no numero e do tamanho dos ramos, das folhas e das maçãs e, sob altas infestações, aceleração do ciclo vegetativo e morte das plantas. Devido à distribuição irregular do nematóide-das-galhas, as plantas com os sintomas acima citados ocorrem igualmente de forma irregular, agrupadas em reboleiras. Essas podem ser pequenas, com poças dezenas de plantas, nos primeiros 2 ou 3 anos após a introdução do nematóide na área. Contudo, se tal área não for submetida a técnicas adequadas de manejo, é possível que o nematóide se dissemine a partir do foco inicial pela ação da erosão superficial ou da movimentação de maquinas, originando reboleiras com milhares de plantas e com tamanho superior a 100 m2 (Beltrão e Azevedo, 2008).

Em algumas regiões de Mato Grosso, é comum a presença concomitante do nematóide-das-galhas e do fungo causador da murcha-de-fusarium (Fusarium oxysporum f. sp. vasinfectum), situação que freqüentemente origina plantas subdesenvolvidas e com sintomas de murcha e secamento de folhas (Beltrão e Azevedo, 2008).

Controle

O manejo do nematóide-das-galhas em algodão baseia-se no trinômio rotação de culturas, cultivares resistentes e nematicidas. Apesar de ser a medida mais efetiva de controle, a rotação com plantas não hospedeiras é menos utilizada que os nematicidas. A primeira opção de plantas para rotação é o amendoim. O adubo verde, Crotalaria spectabilis, é outra opção viável, desde que as ervas daninhas sejam eficientemente controladas (Beltrão e Azevedo, 2008).

As gramíneas forrageiras, Panicum maximum, Brachiaria humidicola, B. decumbens e B. brizantha, são alternativas validas em áreas de plantio direto, por conjugar as características de produzir grande quantidade de matéria seca com a função de suprimir o nematóide no solo. Em princípio, o sorgo e a aveia preta são plantas que devem ser evitadas em áreas infestadas por M. incognita, pois, embora haja genótipos resistentes dessas plantas, a maioria dos materiais disponíveis comercialmente é comprovadamente suscetível (Beltrão e Azevedo, 2008).

Aumentos de 15@ a 30@ de algodão em caroço podem ser esperados com o uso correto dos nematicidas terbufós, carbofuran e aldicarb na época do plantio. Infelizmente, há vários casos de insucesso, atribuídos à escolha incorreta do produto – sem levar em conta o efeito da pluviosidade sobre a eficácia do nematicida – ou ao seu uso em áreas excessivamente infestadas, situação na qual a conjunção de mais de um método de manejo teria sido recomendável (Beltrão e Azevedo, 2008).

Há, no mercado de sementes, poucas cultivares de algodoeiro com resistência e tolerância ao nematóide-das-galhas. Como elas possuem potencial para produtividades relativamente baixas, na faixa de 250@ a 300@ de algodão em caroço por hectare, atualmente constituem opções válidos somente para médios e, principalmente, pequenos produtores de algodão (áreas menores que 20 hectares), pois eles trabalham com custos de produção baixos e obtêm razoável margem de lucro, a partir de 150@ de algodão em caroço por hectare (Beltrão e Azevedo, 2008).

2.3.2 Nematóide reniforme

Nematóide reniforme (Rotylenchulus reniformis) (Linford; Oliveira, 1940).

Características gerais

Rotylenchulus reniformisé uma espécie polífaga, semi-endoparasita, amplamente disseminada nas regiões tropicais e subtropicais (Robinson et al., 1997). As fêmeas imaturas, vermiformes, constituem-se no único estágio infectivo. Essas penetram apenas a parte anterior do corpo no córtex radicular, estabelecendo um sitio de alimentação – o sincício – a partir de uma célula da endoderme que aumenta de tamanho e incorpora células do pecíolo, parênquima vascular, e por vezes, do floema, por meio da dissolução parcial das paredes celulares. A partir de então, o nematóide torna-se sedentário e a parte posterior do corpo, fora da raiz, aumenta de tamanho, adquirindo a forma de um rim, razão pelo qual essa espécie é conhecida como nematóide reniforme (Beltrão e Azevedo, 2008).

Distribuição

A primeira referência de R. reniformis em algodoeiro no Brasil é de 1972 (Curi, Bona, 1972). Desde então, essa espécie dispersou-se por vários algodoais dos estados de São Paulo e do Paraná, causando danos à lavoura (Carneiro et al., 1990; Ruano et al., 1992). Em levantamentos recentes, constatou-se que o nematóide reniforme já ocorre em diversos municípios de Minas Gerais (Silva; Santos, 1997), Goiás (Gielfi et al., 2003), Mato Grosso (Silva et al., 2003), Mato Grosso do Sul (Asmus, 2004) e São Paulo (Machado et al., 2005).

Ecologia

O nematóide reniforme apresenta características bastante peculiares, que o diferencia dos demais nematóides que parasitam o algodoeiro. Entre essas características, destaca-se: o fato de predominar sobre estes em solos siltosos ou argilosos (Asmus, 2004; Koenning et al., 1996) e necessitar de densidades populacionais mais elevadas do que as do nematóide-das-galhas para causar perdas.

Dois aspectos fazem ainda do nematóide reniforme uma espécie bastante particular. O primeiro aspecto é sua elevada capacidade de sobrevivência no solo na ausência de plantas hospedeiras e em baixa umidade. Nessas condições, o nematóide entra em estado de anidrobiose, com maior capacidade de suportar a dessecação em relação a outras espécies, podendo ser facilmente disseminados por ventos fortes, que carreguem partículas de solo. O segundo refere-se à sua distribuição em diferentes extratos verticais do solo. R. reniformis pode ser encontrado em populações relativamente altas em profundidades de até 1,2 m (Robinson et al., 2005), sendo a população geralmente superior na profundidade de 20 cm a 40 cm, em comparação à de 0 cm a 20 cm (Asmus et al., 2005b).

Sintomas

Diferentemente do nematóide-das-galhas, o único sintoma causado pelo nematóide reniforme é a redução do volume do sistema radicular. Os sintomas mais comuns são visualizados na parte aérea. Nas plantas afetadas, observa-se intenso subdesenvolvimento, semelhante ao que ocorre devido à deficiência nutricional ou a problemas de compactação do solo com os quais podem ser confundidos (Beltrão e Azevedo, 2008).

Normalmente, as reboleiras são maiores que as causadas por outros nematóides e o sintoma de folha “carijó”, comum em plantas parasitas pelo nematóide-das-galhas, apenas ocorre em algumas cultivares muito suscetíveis ou em condições de altas populações do nematóide. Em função disso, para uma diagnose precisa, é recomendável que se faça a análise do solo em áreas suspeitas (Beltrão e Azevedo, 2008).

As perdas em produtividade são altamente dependentes da densidade populacional do nematóide (Asmus et al., 2003). No entanto, para as condições brasileiras, ainda não foi devidamente definido o nível populacional de danos. Com base em trabalhos realizados em outros países (Starr, 1998) e a experiência pessoal dos autores, admite-se que densidades populacionais entre 400 e 600 nematóides/200cc de solo, à época do plantio, sejam potencialmente capazes de causar perdas em produtividade (Beltrão e Azevedo, 2008).

Controle

A rotação de culturas é a técnica mais viável e recomendada para ser empregada em áreas com o nematóide reniforme, embora sua elevada capacidade de sobrevivência seja um sério fator que dificulte o seu controle. Em favor dessa técnica, deve ser ressaltado que o nematóide não se reproduz e tampouco causa danos em várias espécies de importância econômica, como milho, sorgo e, principalmente, gramíneas forrageiras (Robinson et al., 1997).

Uma ressalva deve ser feita quanto ao uso de soja em programas de rotação, pois é necessário que se utilizem cultivares comprovadamente resistentes, visto que o nematóide reniforme apresenta alta capacidade de reprodução nessa cultura. O período da rotação (ausência de algodoeiro ou outra cultura suscetível na área) dependerá da densidade populacional inicial do nematóide e deve ser ajustado com base em avaliações sistemáticas de amostras do solo (Beltrão e Azevedo, 2008).

Determinadas culturas utilizadas como cobertura vegetal no sistema plantio direto, em especial o capim-braquiária e o sorgo forrageiro, além de serem resistentes ao nematóide reniforme, permitem a redução da população do nematóide no período de entressafra, de forma mais intensa do que o alqueive, proporcionando ganhos em produtividade do algodoeiro cultivado na safra seguinte (Asmus et al., 2005 a). Sem dúvida, essa poderá se constituir numa importante pratica em programas de manejo do nematóide (Beltrão e Azevedo, 2008).

Até o momento, são foram identificadas fontes de resistência ao nematóide reniforme em cultivares de algodoeiro (G. hirsutum). Uma importante alternativa seria a tentativa de transferência de genes de resistência presentes em G. barbadense ou G. longicalyx para cultivares comerciais de algodoeiro (Robinson, 2002). Há cultivares que, embora não resistentes, apresentam tolerância de campo ao nematóide e, sempre que possível, devem ser preferidas para cultivo em áreas infestadas (Beltrão e Azevedo, 2008).

O controle químico com nematicidas tem eficácia variável. Os principais produtos recomendados para o controle de R. reniformis são: terbufós, carbofuran e, principalmente, aldicarb. O tratamento é feito no sulco de plantio, com formulações granuladas, na época de semeadura. É comum verificar encremento de produtividade nas áreas tratadas. Entretanto, a população final do nematóide não é reduzida, o que torna essa prática pouco sustentável, especialmente em função das altas doses necessárias (Beltrão e Azevedo, 2008).

2.3.3 Nematóide das lesões

Nematóides das lesões (Pratylenchus brachyurus (Godfrey, 1929; Filipjev; S. Stekhoven, 1941).

Epidemiologia

O nematóide das lesões do algodoeiro, Pratylenchus brachyurus, é uma espécie que ocorre associada a diversas plantas cultivadas e que no Brasil causa perdas às culturas de abacaxi, algodão, batata, café, caupi, feijão, soja e quiabo. Diferentemente dos outros nematóides relatados, a fêmea e todas as fases juvenis são vermiformes e móveis. Nas raízes de algodoeiro, as fêmeas produzem galerias no córtex radicular, como resultado de sua alimentação, que se dá às custas da destruição do conteúdo das células (Beltrão e Azevedo, 2008).

As lesões radiculares, que são os sintomas típicos causados pelos nematóides desse gênero, são o resultado da coalescência das galerias produzidas por vários nematóides. Comumente, os ovos são depositados no interior das galerias. Os juvenis de segundo estádio (J2), que eclodem do ovo, bem como os de terceiro e quarto estádios, são vermiformes e diferem entre si somente pelo tamanho. Com a última troca de pele, o juvenil de quarto estádio se torna uma fêmea. Como tal processo ocorre no interior das raízes, P. brachyurus é tipicamente um nematóide endoparasita (Beltrão e Azevedo, 2008).

Distribuição e ecologia

O nematóide das lesões ocorre com elevada freqüência em algodoais de Goiás, de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso. Geralmente, essa ocorrência se dá em populações reduzidas. Contudo, altas populações são encontradas em solos de textura média-arenosa (15 a 25% de argila), nos quais se adota o sistema plantio direto ou o cultivo mínimo, pois a maioria das culturas e das plantas de cobertura são boas hospedeiras de P. brachyurus e a presença de restos de raízes no solo amplia sua capacidade de sobrevivência (Beltrão e Azevedo, 2008).

Pratylenchus brachyurus ocorre em maiores densidades nos primeiros 30 cm a 40 cm abaixo da superfície do solo, com um padrão vertical de distribuição (Koen, 1967).

Sintomas

As lesões radiculares, que são os sintomas típicos causados pelos nematóides desse gênero, são o resultado da coalescência das galerias produzidas por vários nematóides. Comumente, os ovos são depositados no interior das galerias. Os juvenis de segundo estádio (J2), que eclodem do ovo, bem como os de terceiro e quarto estádios, são vermiformes e diferem entre si somente pelo tamanho. Com a última troca de pele, o juvenil de quarto estádio se torna uma fêmea. Como tal processo ocorre no interior das raízes, P. brachyurus é tipicamente um nematóide endoparasita (Beltrão e Azevedo, 2008).

Em ensaios feitos em condições controladas, constatou-se a capacidade de P. brachyurus reduzir o crescimento do algodoeiro, a partir de sua ação destrutiva nas raízes, com formação de lesões e conseqüente perda de tecidos funcionais. Entretanto, ressalta-se que em condições de campo, essa constatação ainda não foi confirmada. Apesar disso, nas áreas em que esse nematóide atinge altas populações, ou seja, entre 500 e 1000 espécimes por grama de raízes de algodoeiro na metade do ciclo cultural (75 a 80 dias) (Beltrão e Azevedo, 2008).

Controle

É importante que a rotação de culturas, quando empregada no controle de M. incognita ou R. reniformis, leve em consideração o efeito da cultura escolhida sobre P. brachyurus. Se não for possível utilizar plantas não hospedeiras de P. brachyurus, como Crotalaria spectabilis ou C. breviflora, não devem ser utilizadas hospedeiras muito favoráveis ao nematóide, a exemplo de sorgo, milho, aveia-branca e Panicum maximum (Beltrão e Azevedo, 2008).

2.4 Doenças causadas por Vírus

As principais viroses que incidem sobre o algodoeiro são mosaico-comum, mosaico-das-nervuras (doença-azul) e vermelhão (Beltrão e Azevedo, 2008).

2.4.1 Mosaico-comum

Essa doença foi descrita pela primeira vez no Brasil, em 1935 e, em 1937, associada à presença de um vírus (Costa, 1937). Só em 1954, foi constatada que essa doença era causada pelo mesmo vírus que causa mosaico em malváceas nativas (Paiva et al., 2001).

Etiologia

O mosaico-comum do algodoeiro é causado por uma espécie de vírus do Gênero Begomovirus, da família Geminiviridae (Kimati et al., 2005).

Sintomas

Os sintomas são manchas mosqueadas amarelas (cor de gema de ovo), inicialmente pequenas e isoladas, as quais coalescem e podem tornar-se avermelhadas com a maturação da folha. As plantas afetadas diminuem o crescimento e tornam-se parcial ou totalmente estéreis (Miranda; Suassuna, 2004).

Epidemiologia

Esse vírus é transmitido por inoculação mecânica e pela mosca-branca (Bemisia tabaci Hemiptera: Aleyrodidae), de maneira circulativa não propagativa, ou seja, uma vez que o vetor tenha adquirido partículas do vírus, ele as transmitirá por todo o seu ciclo vital; entretanto, o vírus não se multiplica no vetor e não é transmitido para seus descendentes, não sendo também transmitido por sementes e pólen (Beltrão e Azevedo, 2008).

Espécies nativas pertencentes à família Malvaceae são hospedeiras desse vírus, principalmente Sida rhombifolia (guanxuma) e S. micrantha (vassourinha), além de outras plantas cultivadas, como feijoeiro, soja, quiabeiro e tomateiro (Beltrão e Azevedo, 2008).

O mosaico-comum é uma doença com pouca importância epidemiológica, pois embora cause uma redução acentuada no rendimento da planta de algodoeiro, a porcentagem de plantas afetadas raramente ultrapassa 2%. Essa baixa incidência é resultante do fato desse vírus não ser transmitido de planta a planta de algodoeiro, mas apenas e a partir das malváceas nativas, pelo inseto vetor (Paiva et al., 2001).

Controle

Além do controle do inseto vetor, recomenda-se a eliminação de malváceas nativas hospedeiras desse vírus. O sistema de produção vigente no Cerrado brasileiro favorece o manejo do mosaico-comum, devido ao controle sistemático de ervas daninhas com herbicidas, inclusive malvácea nativa hospedeira desse vírus (Paiva et al., 2001).

2.4.2 Mosaico-das-nervuras

O mosaico-das-nervuras foi relatado pela primeira vez, no Brasil, em 1938 (Costa; Forster, 1938). A ocorrência de uma suposta estirpe mais agressiva desse vírus foi observada em 1962, sendo denominada var. Ribeirão Bonito (Costa; Carvalho, 1962). Essa enfermidade é também conhecida por doença-azul, mosaico-azul ou moléstia-azul, devido aos sintomas acentuados nas folhas mais novas, de coloração verde-escura a azulada (Beltrão e Azevedo, 2008).

Etiologia

Recentemente, o gene da capa protéica e parte do gene da polimerase desse vírus foram seqüenciados e, de acordo com análises comparativas dessas seqüenciais, é provável que ele pertença ao gênero Polerovírus (família Luteoviridae). Para o agente causal dessa virose, foi proposta a nomeclatura Cotton leafroll dwarf vírus, CLRDV (Corrêa et al., 2005).

Sintomas

Essa virose é caracterizada pela redução do porte das plantas afetadas, principalmente quando a transmissão desse vírus ocorre em plantas novas, causando encurtamento dos entrenós. Ocorre encurvamento das bordas nas folhas mais novas, rugosidade e amarelecimento ao longo das nervuras, além de, em casos mais severos, avermelhamento de pecíolo, nervuras e limbo foliar (Miranda; Suassuna, 2004).

Epidemiologia

Esse vírus é transmitido pelo pulgão (Aphis gossypii Hemiptera: Aphididae). Plantas sadias expostas a pulgões contaminados com partículas desse vírus desenvolvem os sintomas em torno de 18 dias após a exposição (Beltrão e Azevedo, 2008).

Controle

Para o controle dessa doença, recomenda-se manter a população do vetor em níveis baixos, variando de acordo com a resistência da cultivar plantada, e a utilização de resistência genética. As cultivares BRS Cedro e DeltaOpal são altamente resistência a essa virose. Para essas duas cultivares, o nível de controle desse pulgão pode ser superior a 60% das plantas com colônias desse inseto. Para cultivares com resistência intermediária, como a BRS 269 Butiri, o nível de controle não deve ultrapassar 40% de plantas com colônias (Beltrão e Azevedo, 2008).

O nível de controle para cultivares suscetíveis deve ser rigoroso. Independentemente do nível de resistência da cultivar faz-se necessário o controle do pulgão logo que o primeiro capulho de algodão estiver aberto, uma vez que os excrementos desse inseto possuem açúcares que aumentam os níveis de caracterização da fibra (Miranda; Suassuna, 2004).

2.4.3 Vermelhão

Etiologia

Essa virose é causada pelo Cotton anthocyanosis vírus, CAV (Beltrão e Azevedo, 2008).

Sintomas

Essa doença é caracterizada por áreas avermelhadas ou arroxeadas, limitadas pelas nervuras, que permanecem verdes. Os sintomas ocorrem, principalmente, nas folhas dos terços inferior e médio (Miranda; Suassuna, 2004).

Na prática, os sintomas descritos nessa enfermidade podem ser confundidos com outras causas, como ataque de pragas (broca-da-raiz, percevejo-castanho e ácaro-rajado), deficiência de magnésio, fitotoxidez ou senescência das folhas, em decorrência da idade (Suassuna et al., 2006c).

Epidemiologia

Esse vírus não é transmitido por sementes ou por inoculação mecânica. O pulgão A. gossypii transmite o vírus entre plantas de algodoeiro de maneira persistente, não propagativa, ou seja, o inseto se mantém virulento por longo tempo. Entretanto, como esse vírus não se multiplica no vetor, vai perdendo gradativamente a capacidade de transmissão. Algumas plantas cultivadas e de vegetação espontânea, como quiabeiro (Hibiscus cannabis), Sida micrantha, Sida rhobifolia e Pavonia sp. podem ser hospedeiras desse vírus (Paiva et al., 2001).

Controle

As medidas de controle são as mesmas adotadas no manejo do mosaico-das-nervuras (Beltrão e Azevedo, 2008).

3 Táticas de Manejo de Doenças para a Cultura do Algodão

O controle de doenças de plantas é o mais importante objetivo prático da fitopatologia. O controle visa à redução na incidência e na severidade e deve ter conotação econômica e biológica.

Para se ter o máximo de eficiência, precisa-se de ter conhecimentos da etiologia da doença; conhecimentos quanto às condições climáticas e culturais favoráveis à ocorrência da doença; conhecimento do ciclo das relações patógeno-hospedeiro; eficiência dos métodos de controle disponíveis.

Princípios de Whetzel (Whetzel et al., 1925; 1929): exclusão; erradicação; proteção; imunização; terapia.

Princípio de Marchionato (1949) – Princípio da regulação e da evasão (tática de fuga).

Exclusão: visa à prevenção da entrada e estabelecimento de um patógeno em área ainda indene.

Modo de aplicação da Exclusão: através da proibição, fiscalização e interceptação de plantas e/ou partes vegetais, quando necessário; visa, essencialmente, impedir a entrada de patógenos de alto potencial destrutivo, através de medidas quarentenárias e legislações fitossanitárias, promulgadas por órgãos governamentais, nacionais e internacionais.

Erradicação: visa à eliminação de um patógeno de uma determinada área ou região. A viabilidade depende de: espectro de hospedeiros; capacidade de disseminação; viabilidade econômica. Pode ter conotação ampla e restrita. A prática mais utilizada como prática de erradicação é a rotação de culturas na área cultivada. Tendo em vista benefícios ao controle da erosão a diminuição da compactação do solo ao controle de pragas entre outras, sugere-se uma rotação de cultura composta de leguminosa – algodão – milho ou feijão – algodão – milho.

Proteção: visa à prevenção do contato do patógeno com o hospedeiro, mediante uso de fungicidas, bactericidas ou inseticidas (controle de vetores). A eficiência depende da: toxidez inerente do fungicida; estabilidade; época, dose e número de aplicações; condições operacionais.

Imunização: baseia-se no desenvolvimento de plantas resistentes visando o seu cultivo em área infestada com o patógeno. Tipos de imunização: imunização genética - variedades imunes, resistentes ou tolerantes; imunização química - fungicidas sistêmicos e indutores de resistência; imunização biológica - premunização ou proteção cruzada.

Terapia: visa restabelecer a sanidade de uma planta com a qual o patógeno já estabelecera uma íntima relação parasítica, mediante a eliminação do patógeno infectante; melhoria das condições de reação das plantas. As práticas mais importantes de terapia é a aplicação de fungicida.

Regulação: possibilita o controle de doenças bióticas e abióticas. A eficiência depende do grau de influência de um determinado fator ambiente no desencadeamento do processo patológico e/ou epidemiológico; Depende da possibilidade de controle deste fator. A umidade relativa e a temperatura são fatores ambientais que interferem no ciclo das doenças. Temperaturas muito altas ou muito baixas e alta umidade relativa do ar podem tanto aumentar quanto diminuir a incidência da doença na cultura. Então, deve fazer o plantio em época correta para a cultura, para haver o clima, a temperatura, a umidade relativa do ar e quantidade de chuva correto para o desenvolvimento da cultura e assim, regular a entrada de patógenos.

Evasão: visa à prevenção de doenças através de táticas de fuga dirigidas contra o patógeno e/ou contra o ambiente favorável ao desenvolvimento da doença; na ausência de variedades resistentes, constitui-se na primeira opção de controle de doenças.

Principais medidas evasivas: escolha de áreas geográficas; escolha do local de plantio; modificações de práticas culturais. Tais medidas levam em conta: ausência ou presença do patógeno; quantidade relativa de inóculo; condições ambientais.

4 CONCLUSÃO

A cultura do algodão, por ser uma cultura de grande importância econômica, merece uma maior atenção quanto aos cuidados fitossanitários. O monitoramento das doenças se faz necessário uma vez que, através do mesmo pode-se fazer o controle de doenças que causam sérios danos ao desenvolvimento e produtividade da cultura.

Ainda é o ponto de tomada de decisão, para o momento ideal da aplicação. Ainda traz economicidade para o produtor, uma vez, que o mesmo proporciona a redução do número de aplicações.

A destruição dos restos culturais, aliado a praticas de manejo é uma constante que deve ser seguida, para que a área esteja sempre com menor número de inóculo das doenças.

A escolha correta dos fungicidas, a pulverização na dosagem correta procurando a boa cobertura foliar e aplicação na época correta, são fatores que garantem a eficiência e a proteção da cultura.

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