terça-feira, 26 de outubro de 2010

Oídio (Oidium sp.) incidente em folhas de abóbora (Cucurbita pepo)



Cássio Jardim Tavares1
1Acadêmico do curso de Agronomia.


As abóboras são plantas do gênero Cucurbita que inclui cerca de 27 espécies. Elas foram domesticadas pelos povos pré-hispânicos há cerca de 9.000 anos, nas civilizações Maia, Asteca e Inca, mas são atualmente hortaliças cultivadas no mundo todo, de elevada importância nutricional e cultural. As abóboras dividem-se em dois tipos: as abóboras rasteiras e as abóboras de tronco (também conhecidas como brenhosas ou de "moita"). As cinco principais espécies de abóboras domésticas são: C. pepo, C.maxima, C. moschata, C. argyrosperma e C. ficifolia (Robinson e Decker-Walters, 1999).
A familia Cucurbitaceae está dividida em 2 sub-famílias – Zanonioideae e Cucurbitoideae – e compreende cerca de 118 gêneros e 825 espécies. Cerca de 26 espécies de Cucurbitáceas são cultivadas como hortícolas em diversas regiões do mundo. As espécies da família das Cucurbitáceas são predominantemente cultivadas pelos seus frutos. Os gêneros Cucurbita, Sechium e Cyclanthera são originários do continente Americano. Os outros gêneros são originários de África e da Ásia tropical (Robinson e Decker-Walters, 1999).
As principais culturas Cucurbitáceas – melancias, pepinos, melões e abóboras representam 20% da produção total de produtos olerícolas no Mundo, assumindo uma proporção do total semelhante à das principais Solanáceas (excluído a batata). Os melões e abóboras representam 20 e 12% da produção mundial de membros da família. As cucurbitáceas representam cerca de 1/5 das importações nacionais de hortícolas frescos (batata excluída), destacando-se entre elas o melão (Robinson e Decker-Walters, 1999).
A cultura da abóbora é hospedeira de 19 diferentes gêneros de fungos e uma das principais doenças na cultura é o oídio. O agente causal da doença encontrado é o Oidium sp. e sua fase teleomórfica corresponde a Sphaerotheca fuliginea (sinomínias: Alphitomorpha fuliginea Schltdl., Erysiphe fuliginea (Schltdl.) Fr., Euoidium erysiphoides (Fr.) Y.S. Paul & J.N. Kapoor., Oidium erysiphoides Fr., Podosphaera fuliginea (Schltdl.) U. Braun & S. Takam., Sphaerotheca fuliginea f.sp. fuliginea (Schltdl.) Pollacci., Sphaerotheca fuliginea var. fuliginea (Schltdl.) Pollacci., (Mendes e Urben, 2010). Esse patógeno já foi relatado em diversos países: Austrália, Áustria, Brasil, Bulgária, Canadá, China, Czechoslovaquia, Egito, Inglaterra, Etiópia, Alemanha, Grécia, Hungria, Índia, Irã, Israel, Itália, Japão, Jordânia, Coréia, Líbano, México, EUA, Nova Zelândia, Paquistão, Portugal, Arábia Saudita, África do Sul, Espanha, Sudão, Taiwan, Turquia e Rússia (Farr e Rossman, 2010)).
Os oídios constituem um dos mais importantes grupos de doenças de plantas, são facilmente reconhecidos por formarem colônias esbranquiçadas de aspecto pulverulento sobre a superfície das partes aéreas das plantas. Em relação às alterações fisiológicas no hospedeiro, constataram maior inibição da fotossíntese e transpiração com o aumento da infecção e não há dados relatando as perdas ocasionadas por este patógeno (Mignucci e Boyer, 1979; Cohen et al., 1993).
O oídio é uma das principais doenças das cucurbitáceas e ocorre em praticamente todas as regiões onde essas plantas são cultivadas. Entretanto, as epidemias da doença são mais intensas em condições de altas temperaturas e baixa umidade no campo, ou sob cultivo protegido (Zitter et al., 1996; Kurozawa e Pavan, 1997). Todas as cucurbitáceas, cultivadas ou selvagens, são suscetíveis; Entretanto a doença é mais importante nas abóboras, pepino e melão, pois essas plantas são de grande importância econômica e muito suscetível à doença (Stadnik et al., 2001). O controle da doença tem sido feito por meio de pulverizações com fungicidas (Kurozawa e Pavan, 1997). Entretanto, o uso de cultivares resistentes deve ser pensado como uma alternativa no manejo da doença (Zitter et al., 1996).
São conhecidos pelo menos seis agentes causais do oídio em cucurbitáceas, mas as espécies Erysiphe cichoracearum e Sphaerotheca fuliginea parecem ser as mais freqüentes e importantes. A espécie S. fuliginea é o agente causal predominante em climas tropicais e subtropicais e tem sido a única encontrada no Brasil e na Argentina (Stadnik et al., 2001). Esse patógeno apresenta cleistotécios escuros, medindo 80 a 140 µm e contendo 10 a 30 ascas. Cada asca contem de dois a três ascósporos hialinos, unicelulares, ovalados, de 20 a 28 por 12 a 20 µm.
A espécie Erysiphe cichoracearum apresenta como sinominias os seguintes patógenos: Acrosporium lini (Škorič) Subram. Erysiphe cichoracearum f. actinostemonis Jacz. Erysiphe cichoracearum f. apocyni Jacz. Erysiphe cichoracearum f. scrophulariae Koshk. Erysiphe cucurbitacearum R.Y. Zheng & G.Q. Chen. Erysiphe orontii Castagne. Erysiphe polyphaga Hammarl. Erysiphe tabaci Sawada. Euoidium lini (Bondartsev) Y.S. Paul & J.N. Kapoor. Golovinomyces cucurbitacearum (R.Y. Zheng & G.Q. Chen) Vakal. & Kliron. Oidium begoniae Puttemans. Golovinomyces cichoracearum var. cichoracearum (DC.) V.P. Heluta (Mendes e Urben, 2010).
O objetivo deste trabalho é identificar, descrever e apontar medidas de controle de Oidium sp. incidente em folhas de abóbora.
Folhas de abóbora apresentando sintomas de oídio foram coletadas no campo experimental do IFGoiano e levadas ao Laboratório de Microbiologia. Utilizando-se o método de “pescagem direta”, preparou-se lâminas semipermanentes utilizando corante azul de algodão. Após confecção da lâmina ela foi observada em microscópio ótico onde foi analisado as estruturas morfológicas para caracterização. As lâminas semi-permanentes após analisadas foram vedadas com esmalte para visualização.
Com auxílio do microscópio estereoscópico foi preparado cortes transversais do mesófilo foliar das folhas apresentando conídios, para observação da interação patógeno-planta.
Para realização dos corte histológicos foi depositado de duas a três gotas do fixador a base de azul de metileno em uma lâmina de microscópio e os cortes anatômicos (realizados utilizando lâmina de barbear e feitos na lupa) foram depositados sobre uma lâmina de microscópio contendo o fixador; logo após foi adicionado uma lamínula e realizado a vedação com esmalte. As lâminas contendo estrutura do fungo e a interação do patógeno-planta foi analisada em microscópio ótico. Foram realizados procedimentos de macro e microfotografia digital utilizando máquina digital (Sony CANON Power Shot A580). As fotos, contendo diferentes estruturas do fungo Oidium sp., foram organizadas em uma prancha de fotos, feitas com o auxílio do computador, todas devidamente identificadas.
Para caracterização do patógeno foi realizado a morfometria das estruturas do fungo. As medições foram realizadas em microscópio óptico com ocular graduada e devidamente calibrada. Foram realizadas medições de 50 conidióforos, 50 células conidiogênica e 50 conídios, nas lâminas feitas anteriormente. Após realizar as medições foi obtido o valor mínimo, máximo e a média de cada característica analisada. Com esses valores foram realizados comparações com outros isolados já descritos por outros autores para obter a espécie do patógeno que estava causando doença no isolado de Curcubita pepo.
Hospedeiro/cultura: Abóbora (Cucurbita pepo L.).
Família Botânica: Curcubitaceae
Doença: Oídio-da-abóbora
Agente Causal: Oidium sp. cuja fase teleomorfica corresponde a Sphaerotheca fuliginea (Sclecht. Et. Fr.) Poll (1911).
Local de Coleta: Fazenda Palmital, Urutaí, GO.
Data de Coleta: 29/09/10
Taxonomia: Teleomorfo: o fungo pertence ao Reino Fungi, Divisão Ascomycota, Classe Leotiomycetes, Sub-classe Leotiomycetidae, Ordem Erysiphales, Família Erysiphaceae, Gênero Spherotheca e Espécie Sphaerotheca fuliginea (Index Fungorum, 2010). O anamorfo: pertence ao Reino Fungi, insertae sedis, pertencente ao grupo dos fungos mitospóricos, subgrupo Hifomicetos (Kirk et al., 2001).
Sintomatologia
O agente causal do oídio pode atacar toda a parte aérea das cucurbitáceas, mas as folhas são as mais afetadas. Os sintomas iniciam com um crescimento branco pulverulento, constituído de micélio, conidióforos e conídios do fungo, inicialmente visíveis sobre a parte superior das folhas. Com o tempo, as áreas afetadas aumentam em número e tamanho podendo tomar toda a extensão da folha, devido a coalescência das manchas (Kurozawa e Pavan, 1997). Os sintomas iniciam - se nas folhas mais antigas e plantas mais velhas, no estádio de frutificação, são mais suscetíveis. Folhas muitas atacadas secam e morrem e a planta entra em senescência mais cedo, encurtando seu período produtivo (Stadnik et al., 2001).
Etiologia
O patógeno produz um micélio superficial, hialino, ramificado, septado (Fig. 1ABC) e produz haustórios. As hifas formam os haustórios, que são estruturas especializadas na retirada de nutrientes diretamente das células do hospedeiro. Estas estruturas, proveniente do intumescimento da extremidade das hifas que penetram no interior das células, permitem que o fungo exerça uma forma evoluída de parasitismo, proporcionando uma longa convivência entre patógeno e hospedeiro (Kurozawa e Pavan, 1997).
As hifas dão origem a conidióforos curtos, eretos e não ramificados (Fig. 1DEF), a partir do qual se desenvolve os conídios arranjados em cadeias. Estes são hialinos, unicelulares, apresentando um formato elíptico, ovóide ou oblongo (Fig. 1G; Tab. 1). Nas condições brasileiras ocorre somente Oidium sp. que é a fase imperfeita do fungo Sphaerotheca fuliginea, um ectoparasita obrigatório que forma micélio sobre a superfície do hospedeiro (Kurozawa e Pavan, 1997).
Recentemente, a espécie S. fuliginea foi dividida em duas outras espécies, Podophaera xanthii e P. fusca, sendo impossível diferenciar ambas através da morfologia. Pois suas estruturas assexuais, como conidióforos e conídios, são muito semelhantes. Os conídios de S. fuliginea são hialinos, unicelulares, com formato de barril a oval. Podophaera xanthii e P. fusca só podem ser distinguidas através da morfologia das estruturas sexuais ou através de seqüências da região ITS do DNA ribossômico (Braun et al., 2001). Por isso, não se sabe ao certo qual das espécies está causando oídio em cucurbitáceas no Brasil.
Tabela 1. Comparação de aspectos morfológicos e morfométricos da espécie descrita com espécies descritas por Shin.
Características
Isolado Cucurbita pepo Urutaí, GO (2010).
S. fusca – Shin, 2000.
Galorinomyces cichoracearum – Shin, 2000.
Micélio
Confígeo.
Confígeo, caulígeo e florígeo.
Confígeo, caulígeo e florígeo
Apressório
Não observado.
Pouco desenvolvido.
Pouco desenvolvido
Dimensões conidióforo
60,0-(82,3)-103 x 15-(19,2)-25,0 μm
260-330 x 9-12 μm
(90-)110-165(-255) x 10-12 μm
Dimensões da célula conidiogênica
20,0-(22,4)-27,5 x 15,0-(17,1)-22,0 μm
-
-
Cel. Pé do conidióforo
Reta
Reta
Reta
Nº conídios
3-5
2-7(-13)
2-4(-6)
Agrupamento conídio
Cadeia
Cadeia
Cadeia
Forma do conídio
Oval-oblongo
Oval-oblongo
Elipsoidal-oval
Dimensões do conídio
25,0-(29,3)-37,5 x 17,5-(19,0)-22,5 μm
24-36 x 15-22 μm
(26)30-38(-42) x 16-21(-23) μm
Corpos fibrosinos
Presença
Presença
Presença
Tubos germinativos
Não bifurcados
Bifurcados
-
De acordo com as características do isolado encontrado e os resultados descritos por Shin, o isolado enquadra dentro das características da espécie S. Fusca.
Epidemiologia
O agente causal da doença é um fungo parasita obrigatório e sua sobrevivência, entre estações de cultivo, ocorre em plantas voluntárias, plantas cultivadas em estufas e outras cucurbitáceas cultivas ou silvestres. Entre as principais cucurbitáceas o oídio é mais problemático no melão, pepino, abóboras e melancia. O inóculo primário, para iniciar a epidemia da doença, constitui-se de conídios que podem ser dispersos a longas distâncias pelo vento. Sob condições favoráveis, os conídios permanecem viáveis por 7 a 8 dias. Em cultivares muito suscetíveis e condições ambientais favoráveis a doença desenvolve-se rapidamente e seu ciclo completo pode levar de 3 a 7 dias, sendo produzida uma quantidade muito grande de esporos em cada lesão. As condições favoráveis à doença incluem cultivo muito adensado e baixa intensidade de luz (Kurozawa & Pavan, 1997).
Em teste de laboratório, a germinação de conídios foi maior a 25°C em alta umidade. Nenhuma germinação foi observada abaixo de 15°C ou acima de 30°C, ou em umidade relativa menor que 94%. Estudos de campo evidenciaram que os primeiros sintomas aparecem nas folhas mais velhas, não antes que 7 a 8 semanas após a emergência, mas aparecendo progressivamente mais cedo em folhas formadas mais tarde. Os sintomas apareceram uma semana após um período prolongado de molhamento foliar (12 horas), e alta umidade (ao redor de 95%) no verão com temperaturas acima de 22°C. A doença se inicia em focos isolados em dossel denso e fechado, do que em folhas expostas (Stadnik et al., 2001).
Controle
O controle da doença tem sido feito por meio de pulverizações com fungicidas que devem ser aplicados quando constatado os primeiros sintomas. Entretanto, o uso de cultivares resistentes deve ser pensado como uma alternativa no manejo da doença, o uso de irrigação por aspersão também minimiza a severidade da doença. Fungicidas de contato à base de enxofre apresentam-se eficientes. Os fungicidas registrados no Ministério da Agricultura para o controle dessa doença na cultura da abóbora são: Bayfidan EC triadimenol (triazol); Cercobin 700 WP tiofanato-metílico (benzimidazol); Cover DF enxofre (inorgânico); Domark 100 EC tetraconazol (triazol); Folicur PM tebuconazol (triazol); Kumulus DF enxofre (inorgânico); Kumulus DF-AG enxofre (inorgânico); Metiltiofan tiofanato-metílico (benzimidazol); Morestan BR quinometionato (quinoxalina); Rubigan 120 EC fenarimol (pirimidinil carbinol); Sulficamp enxofre (inorgânico); Tiofanato Sanachem 500 SC tiofanato-metílico (benzimidazol); Viper 700 tiofanato-metílico (benzimidazol) (Agrofit, 2010).
Outras medidas auxiliares de controle são a destruição e o enterrio de restos de culturas, evitar o cultivo escalonado de cucurbitáceas na mesma área, eliminar plantas voluntárias (Stadnik et al., 2001).
LITERATURA CITADA:
AGROFIT, Disponível em: Acessado em outubro de 2010.
Braun, U.; Shishkof, N.; Takamatsu, S. Phylogeny of Podosphaera sect. Sphaerotheca subsect. Magnicellulatae (Sphaerotheca fuliginea auct. s. lat.) inferred from rDNA ITS sequences – taxonomic interpretation. Schlechtendalia, v. 7, p. 45–52, 2001.
COHEN, R.; LEIBOVICH, G.; SHTIENBERG, D.; PARIS, H.S. Variability in the reaction of squash (Cucurbita pepo) to inoculation with Sphaerotheca fuliginea and methodology of breeding for resistance. Plant Pathology, Oxford, v.42, p. 510 – 516, 1993.
FARR, D.F., & ROSSMAN, A.Y. Fungal Databases, Systematic Mycology and Microbiology Laboratory, ARS, USDA. Disponível em: http://nt.ars grin.gov/fungaldatabases/. Acessado em outubro de 2010.
INDEX FUNGORUM. Banco de dados de táxons fúngicos. Disponível em: . Acessado em outubro de 2010.
KIRK, P. M.; CANNON, P. F.; DAVID, J. C.; STALPERS, J. A.; Dictionary of the Fungi. 9 th Edition, CABI Bioscience. Surrey, UK, 2001.
KUROZAWA, C.; PAVAN, M.A. Doenças das cucurbitáceas. In: KIMATI, H.; AMORIM, L.; BERGAMNI FILHO, A.; CAMARGO, L.E.A.; REZENDE, J.A.M. (Eds.). Manual de Fitopatologia, Volume 2: Doenças das plantas cultivadas. São Paulo: CERES, 1997. p.325-337.
MENDES, M. A. S.; URBEN, A. F.; Fungos relatados em plantas no Brasil, Laboratório de Quarentena Vegetal. Brasília, DF: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. Disponível em: http://pragawall.cenargen.embrapa.br/aiqweb/michtml/fgbanco01.asp. Acesso em: 24/10/2010.
MIGNUCCI, J. S.; BOYER, J. S. Inhibition of photosynthesis and transpiration in soybean infected by Microsphaera diffusa Powdery mildew. Phytopathology, Saint Paul, v. 69, p. 227-230, 1979.
ROBINSON, R. W. & DECKER-WALTERS, D. S. Cucurbits. CAB International, Wallingford, Oxon, 1999.
SHIN, H. D.; Erysiphaceae of Korea. National Institute of Agricultural Science end Technology. Suwon, Korea, 2000.
STADNIK, M.J.; KOBORI, R.F.; BETTIOL, W. Oídios de cucurbitáceas. In: STADNIK, M.J. e RIVERA, M.C. (Eds.). Oídios. Jaguariúna-SP: Embrapa Meio Ambiente, 2001. p.217-254.
ZITTER, T.A.; HOPKINS, D.L.; THOMAS, C.E. Compendium of cucurbit diseases. St. Paul: APS, 1996. 87pp.

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